CURIOSIDADES
Voltar
Obesidade em cães e gatos.

Por Wilson Grassi - Médico veterinário. Da mesma forma que em seres humanos, a obesidade em cães e gatos é um importante transtorno alimentar que deve ser cuidadosamente acompanhado, não por questões estéticas, mas sim por predispor os animais a algumas doenças, entre elas complicações cardiorrespiratórias, articulares e metabólicas. Além destas consequências, a obesidade pode ser um importante complicador de procedimentos cirúrgicos e anestésicos. Estima-se que cerca de 30% dos cães e gatos brasileiros podem estar acima do peso ideal, contra 40% dos americanos. Uma forma de aferir se seu amigo está ou não com sobrepeso é passar as mãos sobre suas costelas. Normalmente os ossos devem ser percebidos com facilidade nos animais não obesos. Já os fofinhos geralmente terão uma camada de gordura que esconde estes ossos. Excluindo os animais que têm uma carga genética que favorece a obesidade, como os labradores e cockers spaniel, os gordinhos em geral ou estão comendo demais ou se alimentando de forma errada, com excesso de gorduras e carboidratos. O problema também pode estar na outra ponta da questão, com diminuição dos gastos energéticos ocasionados pelo sedentarismo, principalmente nos animais mais velhos. Causas da Obesidade É interessante a correlação que alguns estudos fazem entre a má alimentação de cães e gatos e a má alimentação de seus donos, sendo mais provável a ocorrência de bichos fofinhos em famílias de pessoas acima do peso. Neste caso, os vilões podem ser os petiscos, que devem ser dados com moderação, pois um bifinho canino pode chegar a ofertar 30% das necessidades calóricas diárias, dependendo do tamanho do animal. A castração aumenta a probabilidade de obesidade em cães e gatos, seja por aumento do apetite ou por diminuição das atividades físicas. Apesar deste fato, este procedimento ainda é recomendado, pois os benefícios como prevenção de tumores de mama e testículos se sobrepõe aos efeitos colaterais do sobrepeso. Em animais não castrados, a origem da obesidade deve ser investigada para exclusão de causas hormonais como hipotireoidismo ou hiperadrenocorticismo. O que fazer? Em primeiro lugar, é imprescindível o acompanhamento de um veterinário, que deverá solicitar uma avaliação laboratorial completa, com realização de hemograma, dosagem de proteínas, urinálise, glicemia, perfil hepático e renal, ecocardiograma, eletrocardiograma e dosagens hormonais. Os exames são fundamentais para avaliar a condição inicial do organismo do animal e posteriormente acompanhar eventuais desequilíbrios relativos a restrições alimentares. Ao se considerar um programa de redução de peso, é valido saber que a necessidade diária calórica dos animais varia muito conforme a fase da vida, mas para que haja perda de peso o aporte calórico precisa ser menor do que o consumo, o que não é simples de conseguir. Nenhuma redução de peso deve ser radical, com perda rápida ou superior a 10% do peso corporal em curto espaço de tempo. O emagrecimento deve ser gradual e com o mínimo de desconforto para o animal. Exercícios leves e adequados a fase da vida do cão ou gato são bem- vindos.