CURIOSIDADES
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Como cuidar das orelhas de cães e gatos

Por: Wilson Grassi - Médico veterinário As orelhas de cães e gatos são bastante vulneráveis e podem lhes causar sérios incômodos. Por se tratar de local quente, abafado e úmido , nas orelhas há a tendência de se formar um ambiente propício para a instalação de colônias de fungos, ácaros e bactérias. Quando saudáveis, as orelhas apresentam aspecto de limpeza. Geralmente têm cor rosada e textura lisa, e não produzem odor. Se o conduto auditivo estiver com aspecto grosseiro, cheio de descamação, cera, secreções ou sujeira, e se dele sair um cheiro forte, é sinal de que algo está errado. A causa pode ser infecção, inflamação, alergia ou até mesmo sarna otodécica (de ouvido). - Cocker tem mais propensão a doenças de ouvido Vamos ver se você adivinha: qual é a raça que aparece nas clínicas veterinárias com mais problemas nas orelhas? Acertou quem respondeu Cocker. Suas orelhas longas e peludas, que tapam os ouvidos e ficam molhadas quando ele bebe água contribuem para a incidência de problemas. Sem contar que o Cocker possui tendência genética a ter seborreia (caspa). Esses fatores proporcionam a situação perfeita para os micro-organismos se desenvolverem, o que aumenta o risco de infecções. Mas mesmo os cães com orelhas eretas e pelo curto estão sujeitos a contrair otite. Os gatos também, e neles, a sarna de ouvido é relativamente comum. - Sintomas de doenças de ouvido em cães e gato A maioria dos cães e gatos avisa que a orelha não está legal coçando-a com as patas, chacoalhando a cabeça, andando com a cabeça inclinada para o lado e, até mesmo, chorando ou uivando, no caso dos cães. Assim que você perceber sinais como esses, procure socorrer o animal. Cheiro forte em cães é uma fonte muito comum de reclamações por parte dos clientes da minha clínica. Eles dizem que, mal o banho acaba de ser dado no animal, o cheiro volta. Muitas vezes, esse odor tem origem justamente nos ouvidos. Complicações em cães e gatos Não tratar o problema de ouvido resulta em muito incômodo para os animais. A dor judia mesmo. Já vi diversos casos em que o ouvido ficou ruim a ponto de entrarem moscas, ovos serem postos e se transformarem em larvas lá dentro. A infecção do conduto auditivo, quando não tratada, pode levar a um aborrecimento chamado oto-hematoma. De tanto o cachorro chacoalhar a cabeça - e o melhor amigo dele não se mobilizar para levá-lo ao veterinário - um vaso de sangue se rompe dentro da cartilagem auricular e a orelha se transforma em uma bolsa de sangue. Aí só com cirurgia se consegue reverter o problema. Portanto, não deixe a situação chegar a esse ponto. - Como tratar problemas de ouvido em cães e gatos Se você notar algum sintoma que indique que seu cachorro ou gato pode estar com problemas no ouvido, leve-o para uma consulta com o médico veterinário. Uma vez iniciado o tratamento, vá até o fim, conforme prescrito. É muito comum os veterinários determinarem a aplicação do produto durante 30 dias e, após o quinto dia, ao desaparecerem os sintomas, o tratamento ser suspenso. Se isso ocorrer, há possibilidade de a otite voltar mais forte ou resistente ao medicamento. Outra dica, que ajuda a controlar reincidências nos casos de orelhas peludas, é manter sempre os pelos da região tosados, colaborando para o problema não se tornar crônico. - Como prevenir doenças de ouvido em cães e gatos Para prevenir as doenças de ouvido, o primeiro cuidado é a higiene, feita com um cotonete umedecido em álcool ou com gel específico de limpeza passado com delicadeza. Espera-se que saia pouca sujeira. A limpeza pode ser a cada 10 ou 15 dias, ou sempre que for dado banho no animal. Em cães e gatos com tendência ao problema, redobre a atenção. Ao banhar seu amigo, não se esqueça de colocar um chumaço de algodão dentro do ouvido dele, para não entrar água no conduto auditivo. E depois de terminado o banho, lembre-se de retirar o algodão. Tenha sempre em mente a importância de manter a higiene das orelhas do seu animal e crie o hábito de levá-lo periodicamente para um exame geral.